Mundo das Trevas
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Burakumin

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Mensagem  Admin Ter maio 31, 2011 6:56 pm

Burakumin    Buraku10

BURAKUMIN


A linhagem Nosferatu que veio a ser conhecida como Burakumin originou-se no Japão feudal, no estrato social homônimo. Abaixo dos samurais, soldados e sacerdotes, abaixo até dos camponeses, ficavam os mortais cujas profissões eram consideradas "espiritualmente impuras" pelos princípios das religiões xintoísta e budistas. Entre esses profissionais estavam os curtumeiros, coureiros, açougueiros e papa-defuntos. As pessoas que ganhavam a vida dessa maneira eram declaradas impuras e, legalmente, valiam menos que outras pessoas; juntavam-se em pequenas aldeias bem distantes de seus vizinhos espiritualmente medíocres (na verdade, a tradução grosseira da palavra burakumin é "aldeões"). Considerados igualmente impuros e sem valor pelos Príncipes dos domínios Familiares orientais, os Nosferatu japoneses não podiam caçar nem Abraçar mortais de outras classes. Com o tempo, todos os Nosferatu japoneses ficaram conhecidos como Burakumin, e o nome e a estratificação se espalharam por boa parte da Ásia oriental à medida que eles expandiam sua área de influência sob o disfarce de diversos avanços imperialistas do Japão.

Impostas severamente pelos membros da Família de posição mais elevada, essas ordens restringiam a população de Burakumin e cerceavam a pouca influência que eles conseguiam obter sobre a política dos mortais. O tamanho reduzido e a concentração da população ajudaram consideravelmente o desenvolvimento de sua singular e pavorosa Disciplina necromântica. À medida que um numero cada vez maior de Burakumin em todas as Cortes Orientais a aprendia, eles descobriram que eram capazes de exercer maior influência em sua sociedade e até mesmo de arrancar a ocasional concessão relutante de seus superiores. Uma dessas concessões foi o direito de seus Prisci de solicitar aos Príncipes de seus domínios o desagravo de injustiças cometidas contra certos indivíduos por membros mais jovens e de posição mais elevada da Família.

A Restauração Meiji aboliu a discriminação oficial aos burakumin humanos do Japão no final do século XIX, mas, se os mortais demoram a se livrar dos preconceitos, os vampiros ficam estagnados. As mudanças na atmosfera social que passaram impetuosamente por eles no século interveniente não aliviaram as restrições e condições impostas aos Burakumin da Família. Não, eles tiveram de tomar a iniciativa e forjar o próprio destino. Deixando seus domínios natais aos montes desde que o Comodoro Perry "ajudou" a abrir o comércio com o Ocidente, os Burakumin agiram com discrição e se insinuaram em posições que exerciam influência sobre os principais exportadores de matéria-prima. Eles também se empenharam em adquirir um pequeno mas significativo grau de influência sobre certos interesses manufatureiros no início do século XX, quando o Japão se tornou plenamente industrializado.

Apesar do status limitado no Oriente, o dinheiro e a influência dos Burakumin no Ocidente aumentaram consideravelmente. E, quando o Japão lutou para reconstruir a economia e a indústria arruinadas depois da Segunda Guerra Mundial, as diversas propriedades e empresas dos Burakumin estavam mais bem preparadas para se recuperar e alcançar uma estabilidade relativa. Também foram os Burakumin os mais dispostos a deixar seus domínios natais e procurar dinheiro e influência no estrangeiro, em áreas de exportação e terceirização industrial. No Ocidente, encontraram o status e o respeito que há tempos lhes eram negados, e o apoio que são capazes de dar a seus compatriotas no Oriente melhorou consideravelmente sua posição aos olhos de muitos Príncipes locais.

E nos domínios onde a influência (ou interferência, dependendo do interlocutor) industrial e financeira dos Burakumin não é bem-vinda, eles ainda ganham respeito e reconhecimento por ensinar sua Disciplina exclusiva ou usá-la para tirar proveito de certas situações.

Clã de origem: Nosferatu.

Alcunha: Impuros.

Coalizão: No Extremo Oriente, onde começou, esta linhagem é tradicionalmente obrigada a ser apartidária. A maioria dos remanescentes do Círculo da Anciã foi exterminada tempos atrás em favor das estruturas religiosas xintoístas e budistas (ou as mais similares que a Família local conseguia adotar). Pela mesma razão, a Lancea Sanctum só recentemente se estabeleceu por lá e, assim, nunca interessou muito aos Burakumin, apesar de os membros da Família claramente desaprovarem a prática perniciosa da necromancia. A versão local do Invictus ainda resiste a aceitar os Burakumin, mas os integrantes ocidentais da coalizão nem tanto. Muitos Príncipes ocidentais temem o estranho poder à disposição dos Burakumin e, por isso, convidam esses vampiros orientais a virem para seus domínios, conferindo-lhes direitos com os quais nunca sonharam no Japão. Fazem isso principalmente para distrair e aplacar esses forasteiros, numa tentativa de mantê-los dóceis, satisfeitos e sob controle, mas muitos Burakumin demoram a perceber como são manipulados. A Ordo Dracul é praticamente ignorada pelos Burakumin, mas aqueles que a conhecem consideram-na desconcertante e um tanto quanto evasiva. A coalizão que tem maior impacto sobre esta linhagem da Família, porém, é o Movimento Cartiano, que propõe um estado de verdadeira igualdade no qual cada vampiro tem direito a um mesmo quinhão tio espólio da noite, que é justamente algo pelo que os Burakumin mais francos e ativos vêm lutando desde muito antes da Restauração Meiji. Os ideais cartianos se espalharam como fogo pelos antes fechados domínios orientais, e os Burakumin que os introduziram gozam de uma fonte sem precedentes de status e influência clandestina.

Aparência: Todas os Burakumin rendem a exsudar a mesma presença perturbadora, impura e inumana, que só fica mais e mais evidente com a idade e o aumento da Potência do Sangue. A medida que envelhecem, eles começam a feder a cova e a emanar um asfixiante silêncio tumular quando não falam espontaneamente nem fazem algum ruído para compensá-lo. E ainda mais: seus corpos assumem um aspecto cadavérico que não há Vitae que consiga eliminar completamente. Com o tempo, sua pele vai secando e se tornando coriácea até não passar de uma camada fina como pergaminho, esticada sobre ossos nodosos.

Devido a uma nobre indiferença a essa condição (ou, às vezes, devido a uma noção de ironia perversa), a maioria dos Burakumin se veste e se comporta com uma atenção meticulosa às minúcias. Fazem o possível para deixar uma impressão favorável nos membros da Família que os cercam, de modo a tranqüilizar possíveis aliados e sócios nos negócios (no Ocidente) e não dar a ninguém motivo para reforçar preconceitos desfavoráveis (no Oriente). Os anciões Burakumin no Oriente costumam preferir vestes que remontam à moda humana do final do xogunato Tokugawa e do início da Era Meiji, ao passo que os mais jovens e progressistas preferem os trajes profissionais mais severos e formais tio Ocidente.

Refugio: Os Burakumin orientais ficam tradicionalmente restritos a refúgios comunitários em aldeias isoladas, povoadas pelos mortais que são considerados "impuros" pelos princípios das religiões xintoísta e budista. Os mais jovens e urbanizados residem dentro e abaixo das grandes cidades, mas bem longe dos membros da Família de posição mais elevada. Os Burakumin mais inclinados para o Ocidente geralmente acabam competindo com os Nosferatu locais por refúgios, mas, à medida que vão obtendo mais sucesso, seus novos lares começam a rivalizar com os Devas e Ventrue.

Histórico: Os anciões dos Burakumin orientais geralmente selecionam sua progênie entre os mortais da classe social dos "impuros" da qual eles mesmos vieram. Os mais cínicos e rancorosos escolhem os belos, nobres, poderosos ou tradicionalmente respeitosos, a fim de contrariar aqueles que se consideram tão mais puros do que os Burakumin. Os membros da linhagem no Ocidente não tem o costume de Abraçar infantes, mas quando o fazem, escolhem aqueles que podem ajudá-los a alcançar seus objetivos financeiros e políticos e a adaptarem-se ao ambiente desconhecido.

Criação de personagens: Os Burakumin não costumam ter Atributos Sociais elevados, principalmente aqueles que continuam nos domínios orientais. Tampouco dão muita prioridade Atributos Físicos. Sua competência mental angariou-lhes o nicho no qual prosperam, o que os leva a dar preferência aos Atributos e às Habilidades Mentais. Muitos deles tendem a valorizar também as Habilidades Sociais, apesar de sua falta de naturalidade com essas coisas. De acordo com sua fraqueza, o Status não é uma aquisição particularmente proveitosa de antemão, mas outras Vantagens Sociais (bem como algumas Mentais) podem valer a pena. Também faz sentido adquirir um segundo círculo de Potência do Sangue, já que o personagem pode oficialmente se unir a esta linhagem nem aprender Getsumei antes disso.

Disciplinas da linhagem: Getsumei, Ímpeto, Ofuscação e Pesadelo.

Fraqueza: Apesar do poder singular conferido pela Disciplina da Getsumei, e da riqueza e influência recém-descobertas que desfruta fora de suas fronteiras culturais tradicionais, a linhagem Burakumin é definitivamente desafortunada. Não só ostenta a mesma fraqueza de seu clã de origem (apesar de tratar de uma variedade específica) como também fica sujeita aos estigmas sociais que não têm relação com sua aparência pavorosa. Como outros Nosferatu, os jogadores que interpretam Burakumin não podem relançar os 10s na tentativa de obter mais sucessos nos testes com base em Presença ou Manipulação, e os 1s são subtraídos dos sucessos obtidos nesses testes. Esta fraqueza se deve ao fato de que os Burakumin lembram bastante os cadáveres putrefatos que deveriam ser. Por ocasião do Abraço, os Burakumin assumem a aparência de corpos gelados e mortos há horas, e não conseguem simular vivacidade com o investimento de Vitae. Com o aumento da Potência do Sangue, seus corpos parecem secar e apodrecer de acordo com os estágios naturais da decomposição humana (só que adaptados ao ritmo dos vampiros). Essa aparência de decrepitude não atrapalha as funções físicas do corpo do vampiro (muito embora a carne possa se contrair e partir, revelando os ossos por baixo).

Fora essa aflição física, os Burakumin precisam lidar também com uma penalização social. Por mais que tentem acumular recursos e aumentar sua influência entre os mortais, os membros da linhagem têm dificuldade para se ajustar e ganhar posições comparáveis às de seus irmãos, Em sua pátria cultural, eles são vítimas do preconceito de longa data de uma elite incapaz de acompanhar o ritmo da sociedade contemporânea. Eles são mais respeitados no Ocidente, mas estão sujeitos a um tipo diferente de preconceito por serem não apenas um ramo dos Nosferatu, mas também estrangeiros. Os membros jovens da Família não costumam ter esses preconceitos, mas geralmente não são eles os detentores do poder e da influência nos domínios nos quais os Burakumin tentam se insinuar. Como resultado desses diversos preconceitos, a aquisição da Vantagem Status (em todas as suas formas) custa o dobro.

Organização: Em suas pátrias no Oriente, os Burakumin têm pouca escolha a não ser se juntar a outros de sua espécie ou enfrentar um Réquiem de solidão enlouquecedora. Cada Burakumin se submete a Prisci regionais, que se comunicam com os ministros responsáveis por transmitir os éditos dos Príncipes locais. O Priscus geralmente é a posição mais elevada a que um Burakumin pode aspirar no Oriente, e apesar da mesma conferir status considerável entre os Burakumin, esse status não vale tanto para os demais vampiros. No Ocidente, esses membros da Família se unem em nome da familiaridade entre estranhos numa terra estranha, mas eles não seguem uma hierarquia interna estabelecida. Alguns se espalham aos quatro ventos, sem jamais olhar para trás, ao passo que outros se unem a outras espécies de Nosferatu, por não terem a habilidade de se adaptarem suficientemente a seus novos ambientes e forjarem os próprios destinos.

Conceitos: Vingador ancestral, arrivista aspirante a Primogênito, chantageador, patologista forense, ladrão de túmulos, importador, agente funerário, detetive particular, intercessor espectral, curtumeiro.


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